Desculpe. Estou triste. Preciso desabafar com você minha querida leitora. Sinto uma imensa necessidade de compartilhar com você os sentimentos mais profundos que inundam meu coração neste momento e espero também poder trazer-lhe confiança em seus momentos de luto (amoroso ou não).

Faz 5 dias que meu coração está acelerado. Parece querer sair pela minha boca a qualquer momento, assim, quando eu menos esperar.

Novamente em minha vida, estou lidando com o luto. Já lidei com vários tipos de luto (mais pra frente explico melhor), mas a verdade é que não importa muito quantas vezes ele aconteça na sua vida: se você possuía um forte vinculo com a pessoa/situação, a experiência é sempre dolorosa porque trás uma enorme sensação de perda.

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Como se já ter vivido essa experiência, sabendo racionalmente como você deveria agir, não amenizou em nada a sensação angustiante que me domina em vivê-la novamente. E quando eu digo pessoa/situação, é porque eu venho percebendo que não importa muito qual é a sua perda: ela pode ser de um ente querido, do emprego que você amava trabalhar, do relacionamento que você cultivou durante anos ou do seu animalzinho de estimação: ela sempre te deixa assim, desesperançada da vida.

Experimentei essa sensação de aflição quando perdi meu avô aos 13 anos de idade.

Experimentei novamente ao ser rejeitada por duas vezes pelo homem que eu amava e com quem planejava casar. Experimentei há 3 dias com o falecimento da minha gatinha recém adotada. E agora experimento neste momento, com o irmãozinho dela que apresenta os mesmos sintomas que ela apresentava antes de virar anjinho e ir para o céu.

Caramba, como é difícil acreditar em algo maior em uma hora dessas! Parece que tudo está conspirando contra você – que por mais que você se esforce, as coisas dão errado. Que por mais que você reze, as coisas não acontecem. Que por mais que você queira acreditar em um futuro melhor, as coisas vão de mal a pior.

Mas também são nestes momentos que eu me lembro de quem eu sou e do que eu vim fazer aqui. São exatamente estes os momentos mais preciosos, verdadeiras oportunidades para nos voltarmos para o real sentido da vida e para a espiritualidade maior.

Acreditar em uma espiritualidade maior não tem nada haver com religião – mas por favor não me leve a mal, você pode ter a religião que quiser se ela o fizer sentir-se bem. Mas você também tem o direito de não ter nenhuma religião se assim não quiser.

A espiritualidade maior não é misticismo, coisa pra gente muito evoluída ou para quem já passou para o lado de lá: ela é uma forma de viver aqui e agora, no exato lugar em que você está independente dos inúmeros desafios que você enfrenta em sua vida neste momento!

Aliás, quanto maiores os desafios que você enfrenta, mais ela se fará necessária em sua vida.Porque viver conectado a algo que te dê sentido, que te dê consolo e que te proporcione equilíbrio mental para encarar os obstáculos e dificuldades que a vida oferece é a única forma saudável e feliz de se viver.

Afinal de contas não nascemos neste planeta chamado Terra para “passarmos férias”. Ninguém está imune às dores do luto. Nem eu, nem você, nem ninguém que encarna neste plano.

A diferença entre as pessoas que seguem em frente versus as que ficam estagnadas em seus lutos está em como elas lidam com ele. Muitas vezes, essas “oportunidades” aparecem em nossas vidas justamente quando estamos tão obcecados pelo nosso próprio umbigo que simplesmente esquecemos para quê encarnamos:

Aprender. Crescer. Contribuir.E claro que podemos e merecemos ser felizes ao longo do caminho. Mas a felicidade virá como consequência destes 3 pilares que mencionei agora pouco.

Passe pelo Luto

Então se você assim como eu também está vivendo alguma situação de luto, angústia e preocupação excessiva neste momento de sua vida, eu te convido a realizar uma reflexão de 4 etapas que tem funcionado muito comigo:

1. Chore bastante. Mesmo! Se descabele, fique com raiva, soque o travesseiro até exaurir todas as suas forças. Todas as emoções que carregamos dentro do peito precisam ser expressadas de alguma forma (senão corremos o risco de elas desenvolverem doenças em nós). Não tenha vergonha de sentir o que você sente. Você tem esse direito!

2. Está tudo bem! Mesmo =) A segunda coisa que precisamos fazer neste momento é aceitar que o que aconteceu, aconteceu porque tinha que acontecer exatamente deste jeitinho, desta forma.

É difícil pra gente pensar assim mas sempre existe um plano muito maior para cada folha que cai de uma árvore. Confie hoje de olhos vendados e os frutos cairão a sua porta pela logo pela manhã!

3. Você sempre, sempre, sempre fez (e continuará fazendo!) o melhor que pôde. A única coisa que muda é que a cada dia você aprende um pouquinho mais, então a cada dia você consegue fazer um pouquinho melhor do que ontem. Mas não se culpe por não ter agido ontem como você agiria hoje – você simplesmente fez o melhor que podia naquele momento.

4. Imagine-se num futuro próspero onde este momento difícil terá sido deixado para trás e você vai “lembrar daquele momento desafiador, mas que você conseguiu superar”. Imagine-se vivendo mais alegre, contente e tranquila. Sua paz terá sido restabelecida e você voltou a sentir confiança e alegria de viver! Imagine-se vivendo nesse momento e experiencie-o em toda intensidade que sua mente permitir. Imagine suas cores, seus sons, seus cheiros, começando a criar a nova realidade que você gostaria de viver. Porque depois da tempestade, o sol sempre nasce novamente.

Este simples (mas poderoso exercício) tem me ajudado muito a encarar meu momento de luto atual, deixá-lo um pouco menos dolorido e me encher de confiança em um futuro melhor. Espero que você aproveite essa mina de ouro que agora coloco também em suas mãos.

Com amor,

Gabi Perobelli