No artigo passado eu escrevi um pouco sobre meu momento de luto atual e o que tenho feito para lidar com ele (se você não leu, leia-o aqui). Mas hoje eu gostaria de falar especialmente com você que está passando por um luto amoroso onde um turbilhão de pensamentos, sentimentos e emoções está te dominando e você não sabe exatamente como lidar com eles…

Eu sei que talvez você esteja se perguntando: “Mas Gabi, é certo compararmos o luto da perda de uma pessoa com o final de um relacionamento?”

E eu te digo que sim, mas vou explicar como e porquê isso é possível: A principal razão do sofrimento no luto é a sensação de perda. Quando uma pessoa com quem você tem muita afinidade se vai por exemplo, você sofre muito porque não poderá contar mais com a companhia, com a presença desta pessoa em sua vida.

Você passa a imaginar como será difícil sua vida sem ela e isso dói demais – quanto mais presente ela foi em sua vida, maior a dor que você sentirá.

A pessoa que se foi na verdade não deixou de existir – ela simplesmente voltou à pátria espiritual, nosso verdadeiro lar. Porque somos seres espirituais vivendo uma experiência terrena e não o contrário.

Então, é mais do que justo compararmos as experiências de luto entre si: nenhuma deve ser menosprezada ou julgada “menos importante” que outra. Existem pessoas que lidam muito bem com a morte do corpo físico, enquanto outras sofrem desesperadamente com o final de seus relacionamentos.

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É uma questão muito individual e muito consciêncial de cada ser. Não cabe a nós julgar.

Mas o que cabe a nós com certeza é entender quais são as fases que todos passamos em um processo de luto.

Porque como eu sempre digo, todo processo de superação começa com a tomada de consciência e quanto mais cedo você souber que esse turbilhão de pensamentos, sentimentos e emoções que passam por você é absolutamente normal, mais cedo conseguirá restabelecer seu equilíbrio emocional.

As 5 fases do luto

Vamos conversar um pouco mais sobre as fases da nossa vivência?

1. Negação

Essa é sempre a primeira fase a ser encarada – e infelizmente, muitas pessoas estacionam nela. Por não conseguirem lidar com o fato, elas simplesmente não o aceitam e preferem fingir que nada aconteceu, que está tudo bem e que é só uma fase que vai passar.

Essa fase também pode voltar a te assombrar depois de um tempo como um pensamento de que “ tudo vai voltar a ser como era antes”.

2. Raiva

Quando nos damos conta de que o que aconteceu realmente aconteceu (e que não há nada que possamos fazer para mudar a situação) muitos de nós passamos para a fase da raiva – uma forma ativa de lidar com a grande quantidade de energia que se forma dentro de nós.

É aquele momento que você xinga ele, xinga a Deus, xinga o mundo e coitado de qualquer um que cruzar o seu caminho… sobra até pro seu animalzinho de estimação!

3. Tristeza

Depois de dissipar toda aquela onde de energia que se formou, bate ela… a tristeza – aquele estado depressivo, de mal-estar e vontade de simplesmente não fazer nada.

Você não sente mais fome e qualquer casalzinho feliz que apareça na sua frente te faz pensar que todo o carinho entre eles é uma grande mentira. Pensamentos comuns nessa fase: “Porque tudo isso aconteceu comigo meu Deus?”; “O que foi que eu fiz para merecer isso?”

4. Barganha

“Deus, pelo amor de deus Deus, eu faço qualquer coisa pra esse homem voltar comigo! Eu não consigo mais viver sem ele, ele é a amor da minha vida!”

Quem nunca rezou pra Deus pedindo pro dito cujo voltar, que atire a primeira pedra. Além de tentar barganhar com Deus, muitas vezes ainda tentamos barganhar com nossos próprios ex companheiros prometendo que vamos mudar, que seremos a mulher que eles desejam e que “tudo será diferente.”

5. Aceitação

A última fase (e ao meu ver, a mais importante e desafiadora delas) é a fase de aceitação. Ela chega depois que você já passou por todas as outras – e somente depois disso, nunca antes.

Porque todo e qualquer processo de luto arranca de dentro da gente sombras muito profundas e arraigadas e isso inevitavelmente leva à fortes dores emocionais. Por isso, mais importante do que “aceitar” a situação é sentir todas as suas dores na maior intensidade possível.

Aposto que você já conheceu (ou de repente, pode até mesmo ser você) uma pessoa que aparentemente não sofre com nada. É sempre forte e independente não importa o que aconteça, quase nunca derrama uma única lágrima sequer.

Isso não é fortaleza: é a pessoa tentando se proteger de toda a dor que ela sente dentro do peito, mas não sabe como lidar. Tem medo de ser julgada pelos outros. Tem medo de parecer fraca, impotente perante ela mesma. Tem medo de perder o controle da situação.

Mas a grande verdade é que todos nós somos extremamente impotentes e vulneráveis perante a vida – e ficar se fazendo de forte só piorará o seu estado emocional cada vez mais.

Por mais controle que você queira ter sobre as situações a seu redor, as coisas NUNCA saem exatamente como o planejado e a verdadeira sabedoria de se viver é justamente aceitar isso.

Como seres humanos em evolução, todos nós temos a capacidade de ter sentimentos e emoções e é completamente contra a nossa natureza nos negarmos à senti-los.

Sentir o que está dentro de você não te faz fraca. Te faz integra – no sentido de integralidade, de totalidade de seu Ser.

E quando você consegue ser você mesma por inteiro, o processo de cura acontece – e a aceitação por fim, naturalmente aparece.

Se você gostou deste texto e gostaria da minha ajuda para seguir em sua superação de luto amoroso, compartilho abaixo um link com mais informações sobre meu processo terapêutico Apaixone-se Pela Sua Vida