Há quem acredite que sofre da síndrome do dedo podre para relacionamentos afetivos: mas afinal, porque raios parece que você sempre atrai os caras errados?
Você já parou pra se perguntar por que parece que você vive sempre as “mesmas situações”, mas com diferentes pessoas?
Leia também: O erro mais comum que você comete no início do relacionamento
Ao buscar o “cara certo” você se depara com enrolados, comprometidos, complicados ou mesmo os que não estão a fim de relacionamento sério.
Aí como consequência desse bolôlô de relações mal sucedidas, você acaba se intitulando “azarada”para o amor, ou pior, alimentando a perigosa crença de que não existem caras legais por aí (pelo menos caras legais que já não estejam comprometidos).
Então, o que você faz? “Vou mudar esse cara.” Porque se você realmente acredita que homem bacana tá difícil no mercado, você vai acabar se agarrando no melhorzinho e tentar consertá-lo de alguma forma, né?
Parece até cena de filme adolescente: a mocinha se apaixona pelo cara mais problemático do colégio, ele até dá uma de durão no inicio mas no fim também acaba se apaixonando por ela e o sapo se transforma num belo príncipe.
Agora gata, vamos voltar à realidade: sabemos que na vida real não é bem assim que as coisas funcionam.
Por sustentar essa crença de escassez de que não há o suficiente (pelo menos não pra você) você se agarra com unhas e dentes na única possibilidade que te resta que é a de aceitar aquilo que tem pra hoje.
Mas será que aquele cara que tem pra hoje é realmente capaz de te fazer feliz? De te fazer sentir-se amada, plena e realizada?
Grandes chances são de que não, ele não é capaz.
Só que veja bem, minha flor, o problema não é ele: talvez isso represente algum problema pra vida dele mais cedo ou mais tarde, mas o que você tem a ver com isso?
Se o cara não quer nada sério, se ele mente, se trai, se é abusivo ou controlador, tudo isso diz só respeito a ele e não a você.
Isso tudo só dirá respeito a você se você aceitar entrar nessa situação.
Mas se você sente dificuldade em perceber se o cara com quem está se relacionando é furada, a culpa não é sua.
O tal do dedo podre na verdade é um padrão de comportamento que começa a se desenvolver na infância: a forma como seus pais lhe dão amor (ou mesmo não dão) e a forma como eles se relacionam entre si guiará muito daquilo que você espera de um relacionamento afetivo em sua vida adulta.
Crianças que não se sentem suficientemente amadas tornam-se adultos mais inseguros e carentes por não terem construído bases solidas dentro de si sobre o que é o amor.
E o mais doido é que esse não saber o que é amor não fica restrito só a relacionamentos afetivos, não, se estende para todas as suas outras relações: amigos, família, animaizinhos de estimação.
Você já parou para dar uma boa analisada sobre como se sente no restante de seus relacionamentos hoje? Será que você não é aquela amiga que sempre faz de tudo para agradar aos outros na esperança de ser acolhida e querida?
E aí no final das contas, suas expectativas nunca são supridas e você se sente incapaz de despertar o amor nos outros para que gostem e valorizem você.
Uma pessoa que não entende o que é uma relação saudável pode acreditar que “relacionamento é assim mesmo”: porque suas novas relações vão sendo construídas com base em suas referências anteriores e na forma como você o mundo.
Acabamos atraindo para nós não os relacionamentos ideais, mas assim aqueles que de alguma forma são familiares.
Pode ter inicio na infância, mas depois é reforçada por uma decepção amorosa, por exemplo. E com o passar das experiências “podres” elas vão ficando cada vez mais fortes e você passa a acreditar cada vez mais que aquela é sua única realidade e que é impossível mudá-la.
Para isso, você precisa tornar-se perceptiva e ligar as anteninhas para captar se algo que deu errado outras vezes está se repetindo.
Porque a atração inicial pode até ser instintiva (aquele cara errado é tão atraente, né não?) mas mergulhar de cabeça nessa relação depois de reconhecer os mesmos padrões do passado é puramente escolha tua.
Não estou dizendo que é fácil. Não é. Se fosse fácil todo mundo faria e não teríamos uns milhares de mulheres por aí repletas de históricos de relacionamentos fracassados.
É preciso ter coragem para não se contentar com teu dedo podre. Porque é realmente mais fácil se colocar num lugar de pobre vitima do Universo.
É preciso ter coragem para assumir as responsabilidades para mudar o seu caminho e seus padrões de relacionamento.
Busque se autoconhecer profundamente através de um olhar atento sobre si mesma: só ampliando sua consciência sobre quem você realmente é, poderá aumentar a possibilidade de viver experiências diferentes das que viveu até agora.