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Por que é tão difícil identificar um relacionamento abusivo?

A maioria de nós quando ouve falar em relacionamento abusivo logo imagina agressões físicas e verbais: mas este é apenas o estágio mais avançado de um companheiro que já passou de todos os limites.

Outro dia em uma LIVE, uma moça me questionou sobre a “modinha” dos relacionamentos abusivos. Porque todo mundo estava falando tanto deste assunto se antigamente nem existia esse tema.

Confesso que fiquei muito preocupada. Não com essa moça, mas com a visão deturpada que reflete a visão de uma sociedade inteira: a romantização da dor pelo abuso que nós mulheres sofremos durante décadas.

As relações abusivas sempre existiram! A gigante diferença é que antigamente, nós como sociedade achávamos que era normal passar pelo que passávamos.

Era normal o marido bater na mulher para mostrar quem manda. Era normal o marido trair a mulher porque o homem tinha direito somente por ser homem.

Nós fomos criadas durante séculos para casar e agradar ao marido. Não podíamos estudar, nem passear nem ter nossos próprios hobbies e projetos. Só com isso já se faz uma relação abusiva.

As mulheres faziam de tudo para agradar o seu marido.

Apesar de hoje finalmente termos garantido nossos direitos de igualdade perante os homens (bom, mais ou menos né? Mas já tá melhor do que era), muito do que nossas antepassadas viveram permanecem no inconsciente coletivo da humanidade.

Ainda hoje, as pessoas não conseguem diferenciar comportamentos abusivos de comportamentos normais.

Mas por que será que é tão difícil identificar um relacionamento deste tipo? E por que é tão difícil sair dele?

Existem 3 fatores que fazem a identificação de um relacionamento ser tão desafiadora.

1- O primeiro deles é que quando você está dentro da situação, não consegue ter um visão imparcial dos fatos. Você faz parte do jogo, seus sentimentos, emoções e seu próprio ego pode confundi-la demasiadamente a ponto de você não conseguir perceber se a culpa que você sente é porque você errou, ou se na verdade é o outro que manipula situações que te fazem sentir dessa forma.

2- O segundo fator é que provavelmente você está tão acostumada com comportamentos violentos e/ou manipulares que realmente acha normal viver desta forma. Eu costumo falar que nossos pais são a primeira referência de casal e de amor que temos na vida, então se eles tiveram uma relação que ultrapassou todos os limites, você talvez tenha aprendido que “relacionamentos são assim mesmo”. Você talvez não faça a mínima ideia do que são limites, quais são os seus limites e como colocá-los.

3- E o terceiro fator é que os comportamentos abusivos nem sempre são tão evidentes como uma agressão física, especialmente no início da relação. Eles costumam começar a aparecer de maneira mais sútil. Demonstrações de ciúme, bisbilhotar as redes sociais alheia, controle do que você gasta ou mesmo esfregar na sua cara que ele está pagando as contas, bem como jogar na sua cara que você nunca encontrará um cara como ele, são os primeiros sintomas. Só que estes sintomas geralmente vem disfarçados de proteção, amor e afeto: o cara te morde pra depois assoprar e você passa a acreditar que ele vai mudar, que vai melhorar porque ele não é assim o tempo todo. Vocês tem bons momentos também, e é exatamente desta maneira que ele consegue te manter presa a ele durante anos.

Além disso, com o passar do tempo, o cara vai te distanciando cada vez mais da sua família e de amigos: para que você fique cada vez mais vulnerável e dependa cada vez mais dele. E você, por acreditar que ele faz isso por amor (porque ele realmente fala que é por te amar demais!) vai caindo na armadilha perfeita que ele montou.

E não se engane em achar que este tipo de coisa só acontece com mulheres “burras” ou “fracas”: nenhuma de nós está imune a vivenciar uma relação abusiva.

Todos temos nossos pontos de vulnerabilidade e o agente abusador descobre exatamente quais são para nos atacar onde a ferida dói mais.

Mesmo as mulheres mais conscientes quando estão dentro de um relacionamento assim, dificilmente conseguem sair da relação sozinhas, justamente porque romper é muito mais difícil de identificar: essa mulher está tão machucada, com uma autoestima tão abalada que passa a acreditar que não é capaz de viver sozinha e sequer conseguir um novo amor.

Portanto, flor, se você se identificou com estes pontos: busque ajuda profissional. Eu sou treinadora especialista em relacionamentos amorosos, portanto se você sentiu afinidade comigo e com o meu trabalho, me mande um WhatsApp que eu terei o maior prazer em ajudá-la.

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