Você já superou o término do seu relacionamento e deseja viver uma nova experiência em sua vida, mas morre de medo de se entregar e sofrer novamente? Não consegue confiar mais nos homens e tem medo que te façam passar pelo mesmo sofrimento que você viveu no passado?
De fato, um término de relacionamento tem o poder de nos desestruturar por inteira, principalmente se sua relação foi traumática e abusiva.
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Quando começamos um relacionamento, nutrimos o sonho de construir uma parceria, fazemos planos de constituir família e desejamos viver momentos maravilhosos ao lado de uma pessoa na qual depositamos nossa total confiança, e ter isso quebrado da noite para o dia é realmente devastador e traumático.
Traz uma sensação de impotência. De que nossos esforços não valem a pena. De que amar é sofrer, e de que se não quisermos mais sentir tamanha dor não podemos nos entregar novamente.
Independente do tempo juntos, ninguém se casa ou mesmo inicia uma relação pensando que um belo dia essa história de amor venha a acabar.
Por isso, é muito natural o medo exagerado de se relacionar novamente. Você passa a projetar seu ex e os comportamentos dele em todos os homens que se aproximam de você.
Mas as pessoas são diferentes. Seu ex ter agido com você de uma forma errada, ter sido um babaca ou até ter te traído não significa que “homens fazem isso e que são todos iguais”.
Quando você diz isso para si mesma, é como se utilizasse um escudo protetor para “justificar” o fracasso da sua relação.
“Não foi culpa minha. Homens não prestam, eles são todos uns insensíveis e não estão nem ao para os sentimentos das mulheres.”
Se você pensa desta forma, a primeira coisa que você precisa fazer ao iniciar uma nova relação é: recupere-se das dores emocionais do passado. Livre-se do seu lixo emocional. Do ressentimento, da mágoa, da culpa.
Porque enquanto você continuar carregando esses sentimentos e emoções densas dentro de si e se vitimizando por tudo que aconteceu, não terá condições de se livrar dessas crenças limitantes e atrair um cara realmente bacana.
Na verdade, é bem capaz de você atrair caras muito parecidos com o teu ex, que vão retroalimentar essas crenças que você já possui.
A segunda coisa é: não antecipe seu sofrimento. Sim, porque é exatamente isso que você está fazendo. Por não querer sofrer lá na frente você já sofre agora, por “antecipação”.
Quando você tem medo de se entregar para uma nova pessoa, você sofre precocemente, se punindo em não se relacionar por medo de sofrer ao ser rejeitada ou machucada – muito doido, né?
Mas sabe o que é o mais doido? Que essa suposta rejeição ou mágoa que você cria na sua cabeça pode sequer vir a acontecer!
Existe uma chance? Sim, existe não vou mentir pra você. Mas é um risco que você vai precisar aceitar correr.
A vulnerabilidade faz parte do jogo do amor e você não poderá fugir dela. Eu sei que muitas vezes nos decepcionamos tanto com pessoas do passado e isso nos causa tamanho sofrimento, que achamos melhor criar um muro em volta de nós e nunca mais amar de novo.
Só que da mesma forma que você se protege de sofrer, você se protege dos sentimentos mais plenos que existem como alegria, espontaneidade e amor genuínos.
Não vale a pena.
Amar e se relacionar sempre será um risco, mas você pode e deve tornar este risco calculado: você não se entrega para qualquer pessoa.
Antes de se entregar, você precisa entender quais são aquele valores inegociáveis pra você, que precisam fazer parte do seu relacionamento e dos quais você não abre mão.
Você também não precisa ter pressa de nada. O ponto é que muitas vezes a gente tem tanta vontade de “fazer dar certo” que forçamos a barra. Você não pode fazer dar certo. As coisas só poderão dar certo quando você não se esforçar por elas, ou seja, deixar fluir naturalmente. Você sendo exatamente quem você é.
Se você pretende começar um relacionamento vestindo uma armadura é melhor nem começar. Seu relacionamento não poderá crescer e se desenvolver deste modo e nascerá já literalmente fadado ao fracasso: ou na melhor das hipóteses, será um relacionamento superficial e medíocre.
Se a sua tendência natural é a de colocar a armadura, reflita por um momento: qual a necessidade de vestir essa armadura? Do que você está tentando desesperadamente se proteger? Será que você realmente encerrou sua história do passado, ou está projetando suas sombras, medos e sofrimentos na relação que vem a seguir?
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Para te ajudar um pouquinho mais nessa jornada, listei a seguir algumas das principais causas que te impedem de querer se relacionar de novo:
Perda da independência
Muito comum em pessoas com um alto valor de liberdade e que possuem uma visão deturpada de relacionamentos como se eles fossem uma prisão. Talvez, você tenha vivido um relacionamento abusivo com um parceiro controlador, que te podava e que não te permita ser você mesma. Ou mesmo tenha passado por traumas familiares como pais controladores, seu pai controlava sua mãe e ai você acabou desenvolvendo a crença de que não é possível ter liberdade e estar em um relacionamento ao mesmo tempo.
Em relacionamentos abusivos, cheios de apego e disfuncionais, provavelmente não, mas em um relacionamento de amor pleno com certeza sim, pois liberdade para ser quem se é e para permanecer aonde lhe faz bem é a principal característica do amor.
Não sabe lidar com as emoções
Muitas pessoas (e principalmente os homens) não sabem lidar com suas próprias emoções. Preferem fortalecer seu próprio lado mais racional de fazer, de executar e de ser lógico e reprimir as emoções por acreditarem que esta é uma característica de gente fraca. De pessoas que perdem o controle. Só que nós, seres humanos, somos seres 50% racionais e 50% emocionais, então deixar sua emoções de lado só fará com que você se descontrole ainda mais quando elas surgirem (porque elas vão surgir). Você pode passar anos fugindo de situações onde confronto emocional se faz necessário (como relacionamentos profundos) mas a vida é cheia de altos e baixos e mais cedo ou mais tarde, acontecerá uma situação em sua vida da qual você não terá poder de escolha e não poderá mais fugir. Desenvolver nossa inteligência emocional é a melhor maneira de ser feliz e saudável.
Relacionamentos de curto prazo podem parecer resolver o problema, mas em uma relação superficial você sempre se sentirá incompleta. Sempre sentirá que não é o bastante e que o seu tanque de amor nunca está cheio como você gostaria.
Traumas passados
Talvez você sinta medo de reproduzir o mesmo padrão destrutivo que estava habituada a reproduzir em seus relacionamentos passados (ou mesmo atrair uma pessoa semelhante a um ex que te fez sofrer), mas se você tirou verdadeiramente os aprendizados a respeito de si mesma, esse medo se dissipará. Porque quando você realmente aprende, percebe que não foi vitima de nada. Se foi você quem errou, poderá fazer diferente. Ou se você sofreu com maus tratos do ex, você se permitiu ficar nesta relação. Reflita: você realmente aprendeu sua lição? Se aprendeu, ela não se repetirá. Se ainda não aprendeu, você precisará revivê-la novamente em outro contexto.
A vulnerabilidade assusta
A vulnerabilidade que um novo relacionamento exige assusta justamente por ser uma zona de desconforto e de incerteza: por mais que você deseje verdadeiramente viver um novo amor em sua vida, a insegurança de não saber exatamente o que encontrará pela frente pode te travar e te impedir de ir adiante. Além disso, a dor de um relacionamento rompido no passado pode ter sido tamanha que só para não correr o risco de passar por uma dor de rompimento novamente, a pessoa sequer começa uma nova relação.
Todas as nossas decisões são tomadas por 2 mecanismos: busca pelo prazer ou fuga da dor maior.
Talvez você queira muito encontrar um novo parceiro e iniciar uma relação (busca pelo prazer) mas se em sua balança interna a dor de uma nova rejeição for maior do que o seu desejo, você ficará bloqueada porque tem certeza que ao se apaixonar e se entregar novamente, terá que lidar com um novo momento de tristeza e dor no futuro.
Isso é tão sério que muitas pessoas acabam se afastando de quem gostam para evitar a possibilidade de perdê-los no futuro.
Como vencer o medo de se relacionar?
Encontrando o equilíbrio entre o seu lado racional e o lado emocional. Entenda que você não precisa estar em um extremo de se isolar e evitar conhecer boas, mas também não precisa sair com todo mundo que aparece no seu caminho sem identificar se essa pessoa tem uma mínima afinidade com seus interesses e valores.
Tenha clareza sobre o que deseja e espera de um novo parceiro e não tenha pressa para encontrá-lo e “segurá-lo” (como muitas mulheres dizem).
A falta de clareza fará com que você não consiga escolher o cara certo para estar ao seu lado, enquanto a pressa te obrigará a aceitar qualquer um como se você nem tivesse o poder de escolha.
Uma vez que você tem essa clareza bem definida dentro de você, permita-se conhecer pessoas tanto quanto puder.
Mas calma: conhecer pessoas não é sair com vários caras ao mesmo tempo e ficar com todos eles. É literalmente conhecer. Descobrir seus interesses, seus valores, perceber se vocês possuem afinidades. Com o tempo, você ainda consegue observá-lo nos contextos, ou seja, entender se aquilo que ele fala é condizente com o que ele diz.
Por exemplo, se ele te fala que é um homem gentil e educado mas trata mal o garçom, é sinal de que ele não é coerente com suas ações. Mas talvez ele não demonstre esse tipo de comportamento logo de cara, nos primeiros encontros.
É por isso que você não precisa ter pressa para se entregar nesta relação, porque o tempo será seu maior aliado para te ajudar a realmente a verificar se esse cara é digno de um relacionamento com você. Entende a diferença?
O que pode te ajudar acima de tudo é desenvolver sua autoestima e autoconfiança. Eu sei que você já está careca de saber e de ler esse tipo de dica em artigos por aí, mas vai por mim gata: se isso não fosse um problema pra você, você não estaria lendo este artigo agora.
Porque mulheres que reconhecem seu valor não se entregam para qualquer um, mas também não tem medo de se vulnerabilizarem. Porque sabem que independente de sofrerem uma nova rejeição, isso não tira o valor que elas tem.
Portanto, procure fazer uma autoavaliação de si mesma: como você se sente em relação a si mesma? O que você pensa de si mesma? É gentil ou é exigente demais? Se compara com outras pessoas ou busca ser sua própria melhor versão, valorizando o que você tem de melhor e de único? Busca seguir critérios de perfeição estabelecido por outras pessoas ou criou seus próprios critérios? Tem o costume de se autoelogiar? De comemorar suas pequenas vitórias? Possui metas desafiadoras em sua vida mas ao mesmo tempo possíveis, que te possibilitam crescer e se desenvolver como pessoa e como mulher?
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Se você conseguir responder a todas essas perguntas que acabei com profundidade, terá um diagnóstico preciso e um plano de ação para começar a executar hoje e ativar todo o seu potencial de autoestima disponível.
Porque a percepção de valor que você possui de sai mesma não é herdada biologicamente (não, você não nasceu com um defeito de fábrica) mas sim aprendida com suas experiências e com as experiências de outras pessoas que estão ao seu redor hoje.
Não tenha medo de errar
Seu próximo relacionamento não vai ser perfeito e você não vai ser uma mulher perfeita: acredite em mim. Se você encarar o novo relacionamento como um novo processo de aprendizagem e não como um ponto final que deve ser alcançado, tudo ficará mais leve.
Nossa sociedade tem uma grande e burra mania de encarar um relacionamento como um algo fechado, algo completo em si mesmo. Ele não é! O relacionamento deveria ser entendido através do verbo relacionar-se: continuo, uma ação em sequência que vale a pena por si só.
Se você se relaciona com o outro, isso basta! Não importa se ela relação venha a terminar ou não porque ela já foi completa em si mesma: vocês se relacionaram um com o outro.
O importante é você vivenciar com plenitude os momentos em que ele está durando… está sendo bom, AGORA? Você está feliz, AGORA?
Tudo está em constante transformação o tempo todo e essa é a única certeza que existe. Hoje você é uma mulher diferente daquele que começou um relacionamento com seu ex há alguns anos atrás.
Daqui á alguns anos, você provavelmente será uma mulher diferente de quem é hoje: e está tudo bem com isso! Não tema as mudanças, elas são a grande natureza dessa maravilha que é viver.
Não deixe o medo governar sua vida. Todos nós temos medos, inúmeros medos. Eles se fortalecem e ganham corpo quando tentamos evita-los e fugir deles, mas um medo do qual você foge hoje vai te perseguir pelo resto da vida e mais cedo ou mais tarde ele te encontra.
Acolha seus medos. Dê as mãos para eles, abrace-os: faça-os sentir que realmente existem e que está tudo bem com isso. Porque quando você nega seus medos, eles não simplesmente somem: eles ficam escondidinhos em seu subconsciente e quando você menos esperar, eles vão reaparecer novamente. Só que agora com a diferença de que você não estará mais preparada para eles. Você foi pega de surpresa e não há planejamento para enfrentá-los.
Então minha dica amorosa pra você é: aceite-os quando eles surgirem. Se eles aparecerem naquele momento que você está saindo com uma nova pessoa, reconheça-os para que eles saibam que você os notou.
Depois, estabeleça um acordo com eles: “Tudo bem medo, você está ai me dizendo que posso vir a sofrer novamente. Não vou desistir desta nova relação, então vamos fazer um acordo: o que eu posso te dar para que você fique mais calmo e pare de me importunar tanto?”
Talvez ele te peça para você ir devagar. Talvez ele queira que você conheça mais pessoas afim de aumentar seu repertório e realmente fazer uma boa escolha. Talvez ele te peça para colher dados e fatos desse novo parceiro, afim de analisar se ele realmente corresponder ao tipo de relação que você deseja viver.
Não importa o que ele te peça contanto que você o escute: ignorá-lo completamente e se jogar de cabeça pode realmente arruinar seus planos.
Porque esse seu medo de fato só quer te proteger. E em alguns momentos ele pode ter razão, por isso você precisa ouvi-lo: para ponderar aquilo que ele tem razão e aquilo que está exagerando além da conta.
Ter um pouco de receio de se relacionar novamente é algo normal e está tudo bem com isso. Uma certa apreensão é algo saudável, principalmente porque permitir que outra pessoa faça parte da sua vida é realmente algo importante.
O que não pode é esse medo se transformar em uma fobia e te impedir de seguir em frente.
Não permita que uma desilusão amorosa te impeça de acreditar no amor novamente. O seu relacionamento passado deu certo de alguma maneira: talvez ele não tenha durado para sempre mas com certeza te proporcionou a maturidade necessária para que você viver um novo amor com muito mais serenidade, consciência e leveza.
