fbpx

6 sinais de quem tem medo de amar de novo

Após um rompimento amoroso, é sempre difícil se entregar para um novo amor. Mas será que existe algo a se fazer para ajudar este processo?

Um término de relacionamento implica a quebra de alguns paradigmas sobre coisas que costumávamos acreditar, como que um casamento deveria ser para sempre: você pode até conhecer algumas pessoas que se divorciaram, mas ninguém casa já se preparando para separar, né?

Leia também: Você tem o dedo podre para o amor?

Então desfazer-se de uma vida planejada e construída por anos ao lado de uma pessoa realmente não é fácil.

Por isso que é muito comum rolar um certo trauma de ter que passar por tudo isso de novo: de se machucar de novo, se decepcionar de novo ter que recomeçar a vida do zero de novo.

Essa fase é tão sofrida e dá tanto trabalho que muitas pessoas preferem simplesmente se fechar para o amor.

Elas demoram tanto tempo para se recuperar de traumas sofridos na relação passada como decepções, abusos, traições, obsessão, dependência e carência afetiva que a simples ideia d passar por qualquer uma dessas circunstâncias novamente por mínima que seja é dolorosa demais.

Este é um mecanismo de defesa que por um lado pode até funcionar muito bem, porque impede o sofrimento, mas por outro acaba afastando qualquer possibilidade de construção de laços de amor e conexão verdadeiras com alguém, laços estes que são essenciais para qualquer ser humano que deseja ter uma vida plena e feliz.

Se por um lado fugir evita que você sofra no curto prazo, por outro, vai te proporcionar um sofrimento ainda maior por se sentir extremamente sozinha no médio/longo prazo.

Dependendo do tipo de “trauma” que você sofreu em seus relacionamentos anteriores, você projetará este medo nos próximos carinhas que encontrar:

Se você sofreu uma desilusão amorosa com um homem que não quis assumir compromisso sério com você, por exemplo, pode vir a buscar somente relações superficiais e vir a romper bruscamente se perceber que está baixando a guarda e se apaixonando demais.

Rompimento de um relacionamento.

Se você foi traída por seu ex companheiro, existe uma grande tendência em generalizar traição como coisa de homem mesmo e que sempre será assim, ou até mesmo se achar uma mulher “traível” que não consegue segurar o próprio companheiro.

Se você passou por um relacionamento abusivo no qual o abusador mascarava seus comportamentos como gestos de carinho, amor e cuidado, talvez você não se sinta capaz de enxergar quais tipos de comportamento são realmente normais e quais tipos de comportamento são verdadeiramente abusivos.

Ou mesmo se você foi extremamente feliz em sua relação mas por algum motivo ela desmoronou, você automaticamente associa que quanto mais estiver envolvida na felicidade, mas difícil será quando (e se) o relacionamento chegar ao fim. A alegria de agora envolverá necessariamente uma dor e tristeza profundas no futuro.

SINAIS DE QUEM TEM MEDO DE AMAR NOVAMENTE

Pra te ajudar a refletir, listei uma série de comportamentos que você precisa tomar cuidado:

  • Sair com muitas pessoas, mas não se envolver profundamente com ninguém: uma forma perfeita de fugir de um vinculo afetivo e minimizar a chance de se envolver emocionalmente com alguém. Sabe aquele carinha que você conheceu que sabia com várias? Grandes chances são de que ele na verdade estava traumatizado de uma relação anterior.
  • Ficam muito exigentes e nada ninguém está bom à altura: se você se percebe enxergando só defeitos nas pessoas e que ninguém que você conheceu depois do seu ex realmente é legal o bastante, fique alerta: pode até ser verdade mas também pode ser que você esteja se sabotando.
  • Culpam seus ex-companheiros por seus traumas: alto lá mocinha! Se você anda jogando toda a culpa de seus insucessos amorosos no seu ex, sinal de que talvez essa relação ainda não está bem superada.
  • Se isolar: gostar de ficar na própria companhia e curtir momentos de introspecção é super legal e saudável, mas conexão emocional, amor, carinho e afeto também são necessidades intrínsecas de qualquer ser humano. Se você sente que anda se isolando além da conta, sinal de perigo aí.
  • Desconfia que o cara parece bom demais para ser verdade: se você está saindo com uma pessoa e tá achando que tá tudo muito bonito pra ser verdade, esperando que ao menor sinal as coisas desmoronem e o relacionamento acabe tendo o mesmo final infeliz que sua relação anterior, você não está se entregando 100% para a relação.
  • Mesmo querendo, pensa 10x antes de aceitar um pedido: depois de sair por 5 meses, o novo carinha finalmente te pede em namoro. Você está felicíssima, mas mesmo assim hesita? Provavelmente o medo de se decepcionar está batendo mais forte do que a alegria de viver um novo amor.

Mas quer uma notícia boa? Você não é a única pessoa que está passando por isso. Todas as mulheres, mesmo aquelas que hoje possuem relacionamentos amorosos saudáveis e bem sucedidos, já passaram por desilusões e traumas em suas relações passadas.

Desilusão amorosa.

A diferença é que essas mulheres conseguiram atravessar essa historia ao invés de ficarem presas a ela.

Responda sinceramente: o quanto você responsabiliza seu passado pela pessoa que você é hoje?

Existe uma linha da psicologia muito pouco estudada nas grades curriculares tradicionais mas que eu gosto e me identifico muito que chama psicologia individual, ou psicologia Adleriana.

Cunhada por Alfred Adler, essa maravilhosa vertente nos dá a possibilidade de não considerar os traumas do passado como determinantes para os comportamentos do presente.

Leia também: Recomeçar depois do fim do namoro: 7 dicas para seguir em frente

O passado só terá relevância sobre seu presente (e consequentemente sobre seu futuro) se você deixar que ele tenha, caso contrário, seus objetivos tem total capacidade de moldar suas ações e comportamentos por si só.

Deixe o passado para trás.

Sob essa perspectiva, o que Adler quer dizer é que você ai, mocinha que se diz traumatizada e amedrontada por suas más experiências do passado, somente pode mudar suas futuras experiências a partir do momento em que desenvolver coragem para dar um novo sentido as suas experiências e escolher um novo estilo de vida para si.

Difícil? Não… empoderador! Você tem noção do quanto isso é poderoso?

Sua realidade não é determinada pelo que te aconteceu, mas sim com o que você vai fazer com isso de agora em diante!

“Gabi, você está me dizendo então que eu preciso me jogar de cabeça em um novo relacionamento?”

Não, de jeito nenhum. Assim como eu não te recomendaria um investimento de alto risco em um título que você nem conhece.

Um relacionamento é exatamente igual a um investimento: você precisa conhecer o terreno e saber aonde está pisando.

Se você se preparou durante os últimos anos, cortou gastos, poupou uma grana e agora tem o aporte necessário para o investimento, não lhe pareceria idiotice simplesmente guardar esse dinheiro dentro do colchão por não saber onde investir?

Por não ter segurança ou 100% de garantia que os retornos viriam?

Você provavelmente saberia que o risco maior seria a inflação comer a sua suada graninha, assim como tempo vai consumindo a sua juventude.

Então como no mundo dos investimentos, nos relacionamentos você também precisa investir: mas investir com risco calculado. Minimizando os riscos, sabendo exatamente o que está fazendo.

Você já parou para fazer um inventário do seu relacionamento passado? Se não, recomendo que você faça isso agora em que você está prestes a engatar uma nova relação porque esse é o momento perfeito.

Pegue um papel e uma caneta e escreva sobre seus maiores aprendizados no relacionamento passado: o que você descobriu sobre si mesma? Quais eram os gatilhos ou situações especificar que mais despertavam tristeza em você? E raiva? E medo? E amor? E alegria.

Escreva tudo o que aprendeu.

Agora tente encontrar um padrão entre eles: provavelmente você vai identificar tipos de situação especificas que te faziam sentir mal, e outros tipos que faziam você sentir-se bem.

Agora em outra folha, escreva tudo o que você espera de um novo relacionamento. Como você deseja se sentir, o que não pode faltar e o que não pode acontecer de jeito nenhum.

Parece um exercício bobo e simples, mas serve para te dar clareza tirando do fundo do seu coração e da sua mente, pensamentos e sentimentos desordenados e passando a dar nome e razão para cada um deles.

Diferente de quando você entrou em seu relacionamento anterior, desta vez você conseguirá descobrir logo nos primeiros sinais que este novo parceiro der se ele atende ou não seus valores (porque sim, as pessoas sempre dão sinais).

Por mínimos que sejam, as pessoas sempre dão sinais no começo da relação de quem são e o que realmente querem conosco, mas geralmente estamos tão apegadas e iludidas com a nossa expectativa de relacionamento perfeito que não enxergamos.

Ou as vezes até enxergamos, mas não queremos enxergar. Tapamos o sol com a peneira e continuamos a cultivar nossas plantinhas de expectativas que o outro deva atender.

Mesmo assim, mesmo você fazendo tudo isso que eu te passei, vai rolar um medinho. Um medinho, não mais um medão.

O monstro gigante vai ter virado um bichinho e agora que a gente vai olhar pra ele, acolhê-lo e tratá-lo com muito amor.

Já ouviu aquela frase “se der medo, vai com medo mesmo”?

Quando o medo nos apavora realmente fica impossível se mover, mas se ele passa a ser só um friozinho na barriga você pode escolher encará-lo por outro ângulo.

Quando um pensamento como “e se ele me trair também eu vou morrer” vier, substitua-o por “se ele me trair também, significa que não é o cara certo pra mim. Eu sei que mereço um cara bacana para compartilhar momentos e um cara que trai não cabe na minha vida, nunca mais.”

E ai segue o jogo. Percebe que o pior dos cenários nem é tão horrível assim? E se você se prevenir com o exercício do inventário amoroso que passei lá em cima, grandes chances são de eu isso nunca venha a acontecer porque, ou você vai atrair um cara bacana por saber exatamente o que quer, ou vai pular fora bem antes, ao menor sinal.

De qualquer forma, a dica de ouro é: não tenha pressa para conhecer uma pessoa, mas também não precisa fugir de alguém que você já está conhecendo e que está gostando.

Leia também: Como vencer o medo de se relacionar novamente

Deixe as coisas fluírem naturalmente. Sem precisar dar nome as coisas, sem precisar sair contando aos quatro ventos. Sem cobranças, sem nada que te gere uma pressão desnecessária.

Ao invés de ficar tensa e preocupada, esteja perceptiva e atenta: isso é completamente diferente.

No primeiro caso você gasta energia desnecessária tentando controlar algo que está completamente fora do seu controle, enquanto que no segundo caso uma energia mínima é gasta e é o suficiente para te manter protegida e segura caso algo saia dos trilhos.

Se você se isolou por muito tempo e não sabe nem por onde começar para conhecer uma nova pessoa e viver um novo amor, dê pequenos passos.

Conhecer novas pessoas.

Permita-se conhecer pessoas por conhecer apenas: sem logo imaginar que esse primeiro carinha que você conheceu depois de tanto tempo pode ser seu próximo namorado.

Não permita que o medo domine sua vida. Se tem uma coisa que eu acredito muito é que tudo na nossa vida, todas as decisões que tomamos são pelo medo ou pelo amor.

Se você não está agindo por amor agora, se não está agindo naturalmente porque acredita em algo, porque seu coração vê sentido naquilo, provavelmente está agindo (ou mesmo não agindo) pelo medo.

E a única forma de acabar com o medo é descobrir de que modo esse medo tem utilidade pra você: de que modo este medo vem servindo aos seus propósitos?

Será mesmo que você não consegue se desvencilhar do medo de amar e de se relacionar novamente? Ou será que na verdade este “medo” atende a um objetivo maior que você não quer admitir?

O objetivo de continuar se colocando no lugar de vitima do seu ex. Será que você já o perdoou? Ou ainda acredita que ele deveria te pedir perdão pelo que ele te fez?

Talvez continuar se colocando nesse lugar, de uma forma completamente inconsciente seja como se você ainda o estivesse castigando por todo mal e dor que ele lhe causou.

Porque você acredita que se o perdoar, ele ficará livre e impune de todo o sofrimento que te fez passar.

Talvez essa seja a grande verdade que você esconde de si mesma e que a impede de seguir em frente.

Você pode até achar que estou maluca, mas sinta no coração se realmente, se realmente não há mais nada, nenhum vestígio de rancor ou sentimentos densos no seu coraçãozinho em relação ao ex.

Feche os olhos e pense em si mesma perdoando-o. Você consegue fazer isso com um leve sorriso no rosto? Sem ficar tensa, sem entrar em negação?

Não tem jeito, flor: para mudar esse cenário de vez em sua vida você precisa se livrar completamente das amarras do passado. 100%. Não é 80%, não é 90%, não é 99%. É 100%.

E se você ainda não conseguiu fazer isso, eu recomendo que você busque ajuda. Ajuda profissional que te guie nessa jornada e que te forneça ferramentas diferentes que possam acessar áreas dentro de você que você ainda não conseguiu acessar ainda.

A experiência que o amor verdadeiro traz em nossa vida é tão maravilhosa que qualquer risco vale a pena por ela. Mesmo que o cenário a sua frente pareça assustador, siga em direção ao seu coração.

Não evite os sentimentos ruins por conta do medo, atravesse-os. Fugir da dor também impede que você sinta prazer.

Lembre-se que tanto as emoções positivas quanto as emoções negativas são essenciais para o nosso desenvolvimento e crescimento pessoal e que enquanto estivermos vivos e respirando, com energia vital circulando por nossos corpos, você vai errar e vai sentir coisas ruins.

Equilíbrio da vida.

E está tudo bem! Você só vai quebrar a cara feio se você se jogar de cabeça no precipício de um novo relacionamento, mas como você já aprendeu com o relacionamento passado, tenho certeza que não fará desta forma novamente.

Se isolar e privar-se de conhecer novas pessoas pode, inclusive, ser uma escolha egoísta, porque além de privar-se de encontrar uma pessoa que agregue valor a sua vida, você também a estará privando de sua própria companhia vir a enriquecer e somar muito a vida dela.

Você é sim capaz de amar de novo! Não importa o que nos aconteça, nossa capacidade de amar e ser amados por quem somos nunca poderá ser destruída ou tirada de nós.

Se você apenas conseguir responder a pergunta: “estou embarcando neste novo relacionamento me amando acima de tudo?”, você terá todas as respostas que precisa para seguir com segurança.

Apenas siga em direção ao amor. Se as coisas derem certo logo de cara, que bom, comemore! Mas se não derem, está tudo bem também sabe por quê? Porque você já terá desenvolvido mais coragem do que tinha antes só por ter tentado.

Compartilhe!